segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

da memória, número dois

no jantar veio a proposta, e tomada de uma alegria súbita, sem pensar muito pra ver se espantava a hora da abóbora, discutimos os quandos e os comos. liguei pra amiga. contei pro garçom. avisei a mãe e a irmã.
inventei que podia ser feliz.
visitamos uns apartamentos, em desajeito.
não tinha poesia.
não tinha beleza.
apenas a vontade incontrolável de poder ter uma ou outra certeza apesar de todos os apesares que fingi não terem muita importância, aqueles que prometi de joelhos na solidão do último cigarro que não estariam ali se chegasse o tempo de algum conforto.
o filho teve olhos imensos, e sonhou. a filha, como sempre, sabia de tudo.
a meia noite chegou dois meses depois, era meu aniversário, e fazia um calor despropositado pra uma tarde de agosto.

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