sábado, 25 de fevereiro de 2012

carta do encontro, #1

o silêncio que sucede os grandes encontros, aquele, que vem depois da canção preferida.


queria ter ouvido mais, falado menos. 
e mais tempo, um tempo sem véspera.
que tivesses conhecido o horizonte da nossa casa, do poente ao nascente; entre eles, vinho, confissões, segredos, promessas.
e que na despedida, ali mesmo dentro do taxi, ele beijasse tua boca, demoradamente e sem escândalo, pousando as patas pesadas na tua nuca, até te afrouxar os joelhos e ofegar teu discurso.

a surpresa do drink fora de moda. inflexão confirmada. olhos íntimos. palavras e mãos perscrutadoras. algum descompasso. abraço de calor imenso. e uma doce certeza.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

carta da espera

estranho.
bem nesse dia, em que parece haver uma nuvem escura sobre a minha casa, anual, desde a primeira vez. e mesmo que eu cante a mais bela canção, ele permanecerá estranho, porque ele não me pertence.
e no meio disso, fico pensando se deveria procurar entre os transeuntes um rosto que eu mal conheço. ou se aquele texto foi pra mim. ou se não foi. e se, em um ou outro caso, deveria ficar lisonjeada, envergonhada, chateada, triste.
o dia está estranho.
estou estranha, e eu tenho medo.