segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

diário do hospital - parte final

Já é tão pouca gente que me lê. E eu ainda fico aporrinhando e espantando quem por um acaso divino passa por aqui com esse monte de doenças, remédios, e pior, as minhas mazelas; não vou contar que estou na semi-intensiva, monitorada, oxigênio, fisioterapia com a máscara do Jason, catéter na jugular e congêneres. Portanto, vou dar um lexotan procês e vou botar as ridículas de molho, vamos dormir até esse tormento acabar. Se alguém quiser me visitar eu vou ficar feliz, até porque não sei quando vou embora (olha que divertido, vai até merecer um textinho: Natal no hospital... você me ajuda, Sr. Ruminador?). Quem não quiser ou não puder vir, rezaí que tô precisando. Aos que estão fazendo uma e/ou outra coisa, eu agradeço de verdade-verdadeira, é bom saber que tem gente que se importa, e nessas horas descubro que tem um monte delas, dá até um confortim. E juro que vou tentar não pensar em todas as coisas que não vai dar pra fazer, a árvore de Natal, a casa arrumada, as velas sobre as mesas, ajeitar as coisas no trabalho onde ficou tudo de ponta-cabeça, fazer os presentes e as surpresas pros tios, primos e avós com o João, a salada da ceia sou eu quem faço com chuttney de manga, comprar um vestido pra Luiza, ir pro Rio no samba do Augusto, passear na cidade vazia ido pra lugar nenhum. E prometo que não vou mais chorar. Inté.

Um comentário:

Anônimo disse...

Acho que não deveria ir. Escrever nessas horas faz um bem danado, embora o incômodo. Estava levando essa valsa hospitalar como um conto maldito até que soube de seu fundo de verdade. De reprente os textos, relidos, tornaram-se ainda mais pungentes e belos. Nem de imaginação vivemos. Precisamos que a realidade nos dê, desculpe, o seu Lexotan. Vou achar o danado do Pio pra dar uma passada daí. Aguente firme. Tudo vai melhorar. E...continue a escrever vá... Não ligue presses buraquinhos aqui. A gente vive torcendo pra que alguém escreva, mas mas importante é que nosso grito tome asas.