terça-feira, 29 de abril de 2014

coliseu

todo dia eu canto.
todo dia eu cozinho.
todo dia.
todo dia eu mato um leão, às vezes dois.
tem dia que costuro, tem dia que bordo, a beleza dos avessos.
tem dia que desenho, e capricho.
tem dia até que faço filmim, meu olhar.
todo dia alguma alegria.
todo dia palavra.
todo dia o amor.
todo dia agradeço por minhas mãos, meus ouvidos e meu coração.
todo dia.
todo dia tenho medo: a solidão.

nesta noite, aqui, tropeçando nos cadáveres espalhados no chão dos dias difíceis, penso que esse mundo tinha de ser gentil e justo, porque eu fui forjada no afeto, sabe, e não suporto tanta dor.

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