quarta-feira, 4 de abril de 2007

coxa

Nos dias claudicantes aproveito pra maternar: luiza nas manhãs de sol com biscoito, cosquinha, rá-tim-bum e risada, joão nas tardes calorentas de tempo solto e palavras no vento, as noites de ternura e vinho e unhas vermelhas. Meu corpo sabe a hora do descanso preciso, então finge quebrar-se. A perna esquenta dentro do gesso, o resto fica de fora para o afago molhado, e a alma refresca no meio do mundo, e cada instante compartilhado vai construindo o bonito devir.
Hoje não preciso mais servir às gavetas: elas é que serão moldadas (como as pernas postiças e as cadeiras de madeira do casal de arquitetos pra-sempre sorridentes), uma a uma, pra cada um dos meus - dos nossos - sonhos.

Um comentário:

hpg disse...

isso; e tanto.