quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

carta ridícula VI

(por aquilo que não se deve esquecer)
Enquanto dormes ali, sigo insone, meus olhos de sentinela.
E porque sei que às vezes, apesar da imensidão que carregas dentro do peito, desentendes os caminhos do meu coração e da minha cabeça, talvez tortuosos demais, e/ou simplesmente diversos dos teus, digo-te, mais uma vez, como fosse nossa oração:
Que tenhamos a graça de cuidar desse nosso afeto que vai crescendo devagarinho a cada dia como se cuida de uma flor: ensolarada no fresco da manhã, água aos pouquinhos pra não encharcar, brisa da tarde que enche o peito de certeza, noites de aconchego e carinho quente pra não temer o escuro, solidão-garôa miúda de quando em quando, na tristeza, pra não esquecer.
Meu sorriso sanguíneo e meu corpo pequeno gostam dos teus olhos tímidos e do teu abraço doce. Meus olhos contumazes gostam das tuas mãos certeiras. Minha alma feminil e malabarista é da tua alma masculina e cheia de segredo.
A beleza do amor está no seu diverso, único e sempre o mesmo.

2 comentários:

Anônimo disse...

Inebriado pelo livro "Gonzaguinha e Gonzação, uma história brasileira", de Regina Echeverria, escritora e jornalista que tive o prazer de conhecer ano passado e participar de um livro junto com ela, gostaria de lhe dedicar abaixo esta obra prima do fundo da alma. Esta poesia é a que mais me toca hoje na razão de nosso amor. Te amo sempre.

"São coisas dessa vida tão cigana
Caminhos como as linhas dessa mão
Vontade de chegar e olha eu chegando
E vem essa cigarra no meu peito
Já querendo ir cantar noutro lugar

Diga lá, meu coração
Da alegria de rever essa menina
E abraçá-la
E beijá-la

Diga lá, meu coração
Conte as histórias das pessoas
Das estradas
Dessa vida

Chore essa saudade estrangulada
Fale, sem você não há mais nada
Olhe bem nos olhos da morena
E veja lá no fundo a luz daquele
Sol de primavera

Durma qual criança no seu colo
Sinta o cheiro forte do seu solo
Passe a mão nos seus cabelos negros
Diga um verso bem bonito
E de novo vá embora

Diga lá, meu coração
Que ela está dentro em meu peito
E bem guardada
E que é preciso
Mais que nunca prosseguir
Prosseguir

Espere por mim, morena
Espere que eu chego já
O amor por você...

GONZAGUINHA

Szegeri disse...

Sempre digo que o Edu Goldenberg é o maior sujeito que eu conheci na vida, e sobre isso tenho uma certeza acachapante. Mas todas as vezes que eu penso assim no príncipe Dom Diniz e seu incomensuravelmente doce sorriso dentuço e seus olhos de uma generosidade nunca dantes imaginada possível, fico pensando, assim, que empata...
Um beijo lacrimoso o vocês dois que eu amo profundamente!