segunda-feira, 10 de outubro de 2011

carta em carinho

o que quero lhe dizer, meu benzinho, é que o amor pode travestir-se de tantas coisas, de intensidades e cores diferentes, mas ele, o amor, no fundo, é despido, desprovido de razão, de moral, de explicação. os atos de amor (me disseram um dia e eu sigo assim desde então) são a única coisa que vale à pena, que perpetua; e a escolha é sempre a mesma, viver ou não, e estamos aqui, preferindo viver.
o que quero lhe dizer, meu benzinho, é que escolhemos viver isso com você.
se houvesse como, roubávamos você. levávamos pra longe, pra construir nossas próprias memórias, reinventar o tempo, e aos poucos substituir cada desnecessário instante de violência e rudeza por segundos infinitos de delicadeza e generosidade.
porque ninguém nesse mundo mais do que você merece toda a doçura, toda a beleza.
o que quero lhe dizer, em derramada desmesura, é que seu cheiro e seu gosto não saem daqui, não passam, e esperamos você, esperaremos o quanto for preciso, porque nossos corpos gostam do seu, e nossa alma também, e não há encontro mais verdadeiro e sublime do que de corpos e almas que se desejam.
o que quero lhe dizer, amor, é que dedicaremos a você, tranquila e ardentemente, tudo o que sabemos, e saberemos com você o que houver para descobrir, com o mesmo espanto e silêncio que invadiu nossos olhos quando pousaram pela primeira vez em sua indefectível formosura.

Um comentário:

Anônimo disse...

que saudade!