terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

carta dolorida

não sei mais escrever.
queria saber fazer outra coisa.
coloria a folha grande branca com gotas de vermelho e gravava em minha retina a velocidade da absorção e da cicatriz, uma a uma, repetido, molhado e seco circular.
silenciava o vazio com o risco assertivo e no movimento para o infinito imprimia meu gesto no ar que ficava ali, mudo, respirando.
construía um labirinto medieval de seqüência numérica perfeita e indecifrável e dentro dele, uma rosa e um minotauro, paredes enfeitadas de fotos impublicáveis, silêncio, tuas patas, meus olhos tristes.
e nenhuma palavra: só o ar do tempo.
meu corpo está pesado e seco, não posso aprender nada.
não sei mais escrever.

4 comentários:

Anônimo disse...

Esse é o momento da aprendizagem.

ab disse...

de novo, e nada...

anareis disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
ab disse...

entrei aqui e li rapidamente:
carta colorida! ê!


hum...