segunda-feira, 8 de setembro de 2008

revisão

a noite foi acesa como meu estômago em chamas, as horas dormidas de confusão mal sonhada, e acordei como se saída da boca de um dragão; na manhã madrugada, um sono sem solução nem repouso, um quase trabalho; o almoço trivial de alegria e cansaço maternos, bis e cochilo de sobremesa, lembrei-me da minha mãe, acho que envelheço; no fim da tarde estranha desse dia estranhíssimo, boto os filhos e meu corpo desencontrado no eldorado pra encomendar os óculos, e enquanto espero bato pernas por ali fingindo ser uma daquelas, calcinha sapatilha meia tic-tac pedraria telefone vestido sanduíche, pago tudo com o dinheiro que não tenho, e de posse do novo adorno, subitamente, pretendo transformar-me, borboleta: compro o bilhete da loteria e a certeza poder agora sim enxergar o caminho.

2 comentários:

Anônimo disse...

que bonito, que bonito!

Lucas Bueno disse...

bonito, bonito. que mesmo.