domingo, 17 de fevereiro de 2008

meu peito arde desencontrado.
a certeza de ter um espetáculo e um movimento, a angústia de não vê-lo ainda inteiro e plástico.
a felicidade encarnada dos encontros verdadeiros de gentileza e gratidão, a tristeza oca e silenciosa de rever ou não ver as pessoas que se tornam doloridamente distantes.
dos presentes recebidos, de alegria irretribuível, tem a luiza com seus olhos imensos dizendo-me você estava linda como uma princesa, tem o sorriso orgulhoso e sem palavra do joão, tem o regalo do meu amor cada vez mais meu amor mais meu mais - essas preciosidades fazem de mim a mulher mais feliz do balcão e do mundo, pois que posso dizer que minha condenação de amar muito transmuta-se no diário amar-melhor, enreda o fio úmido do meu destino em formoso tecido roseado que não rompe nem desfaz, enche a casa de flores, e prepara minha velhice dada às mãos que escolhi e que me escolheram.
agradeço, meu deus, humílima, nem sei se mereço, e recebo tuas bênçãos acarinhada.
e peço, se sou digna de pedir, que isso traga sustento, pois que somos feitos de pão e beleza.

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