sábado, 12 de janeiro de 2008

suspensão

as cartas vão silenciar por tempo indeterminado.
quando não se tem nada a dizer e os olhos só querem chorar, melhor repousar a palavra e a cabeça no dorso das mãos pra sentir o ar do tempo, como disse o pastor de cabras.
é que tem hora que a poesia também cala, e então só resta o perdão e a espera, em dor e solidão.
a memória não tem contorno certo e vaga por caminhos incompreensíveis, por vezes tão feios, e invariável obedece a outras velocidades.
queria ser melhor.
o amor segue infinito e intransitivo, flor de formosura, beleza violenta, rosa tatuada, grandeza, redemoinho.
na travessia.

(mãe, não se assuste, está tudo bem)

2 comentários:

Anônimo disse...

mas o amigo-produtor não pode ficar sem as ridíulas

Anônimo disse...

e o prefeito também não. com silêncio sempre comentei estas cartas, sempre vivi-las calado, como ser ruminante fluorescente. que luz sobrará com a autora que se cala? apreensivo, com a xícara de café vazia mão...