quinta-feira, 9 de agosto de 2007

vésperas

Às vésperas de um novo ano sempre é assim, e eu que já devia me acostumar, ainda sofro sempre, insone: a filha fica doente, e estamos já no terceiro dia de hospital, a conta bancária de cabeça pra baixo, o trabalho sem nem mais ter os pés, tudo, tudo numa confusão tão desparatada, um vaudeville sem graça nenhuma.

Às vésperas sofro muito e choro à toa, sinto-me assim, miudinha.

Ridícula, eu sei, e pra acalmar vejo meu rosal ensolarado, os filhos lindos, meu amor todo meu que cuida de mim (infinitudes que desconhecia, benção por mim sonhada, amém), o risco que fica pronto e anuncia o seu, o nosso, devir.

É o medo, eu sei, superlativo, o tempo que passa depressa. E esse nó na garganta, um terror de não dar certo.

Calma, Juliana, respira: é só um dia depois do outro.

2 comentários:

Anônimo disse...

seus amores cuidam de você, acalme, vai dar tudo certo.
Amores acalmam as Vésperas,
entoam as Matinas e as Loas.
O tempo perfumoso das rosas
apenas começou.

Anônimo disse...

Pois é,que o nó na garganta que o mundo sinta seja esse,farto de trabalho,de suor,de vida!E que pelas loas da caminhada muita música seja feita!Saravations...