domingo, 4 de fevereiro de 2007

das belezas

E eu, que fui forjada no afeto, aceito aos poucos as belezas que se me apresentam simples como um sonho bom: o reencontro com as pessoas e com as palavras (sempre e tanto na mesma medida), a descoberta da solidão no meio do mundo, a certeza de que o que importa mesmo são os atos de amor, no seu diverso-variado, roseano: viver requer coragem, disse o homem. E vigilância, aprendo eu.
Felicidade mesmo é estar a serviço, ali, no miúdo: carinho de mão no rosto, comida com sorriso e mesa posta, lençóis alisados pra dormir no fresco, flores tiradas do jardim em surpresa, mãos lavadas na concha de outras mãos, janelas abertas ao amanhecer, gentileza do corpo e da alma.
E isso, amor e gentileza (pedindo bênçãos ao meu pai-cerne e à minha mãe-correnteza), graças a Deus, faz parte da minha formatura.

Um comentário:

Anônimo disse...

As mãos em conchas, o sinal da cruz na testa, o café-com-leite mais pão-com-manteiga chegando, assim, de repente, sem se esperar; a meia colocada quando o pé dá mostras de esfriar, são pequeninas gentilezas, afeto no varejo. Forma e conteúdo de um amor que a gente devolve, pouco a pouco, pois se assim não for feito, se perde de tanto amar.
Beijos, Hebe