quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

carta ao prefeito, 2

excelentíssimo...
desejava eu uma vida mínima; desejava eu encontrar em mim as mais diversas cidades, suas fontes suspensas, seus corredores com sonhos ou fantasmas, seus segredos submersos, gigantes e minguantes, chãos de areia, céus de vidro, torres, lupanares. Desejava eu sobretudo a alegria das coisas mais sem importância. Desejava eu a miudeza. As mulheres, no entanto, são fazedoras de labirintos, e perdem a todo momento a bússola e o fio, tecem e retecem o pano cada vez numa cor e num ponto diferente, lembram mas esquecem a guia. Predestinam, mas não sabem quando.
Esperam, mas não sabem o que. Sofrem, mas não sabem onde. Daí e então, tudo impossivelmente. Por isso, repito (temendo ser enfadonha), única coisa que vale a pena são os atos de amor: felicidade do encontro, grandeza do diverso, infinitudes. Por favor, partilhe.

4 comentários:

hpg disse...

certeza é o minotauro à espreita.

Anônimo disse...

Querida Ridícula:

Como gosto desse bate-rebate virtual. Partilho, sim, faço muito esforço para isso e vou continuar fazendo. Sou muito criticado por desaparecer da vida das pessoas, essas coisas, mas muitos não entendem que desapareço pela intensidade de sentimentos que tenho por elas, não o contrário.

Somos fascinados com a facilidade de lidar com o complexo que vocês mulheres possuem. Gosto da complexidade, e por consequencia das mulheres, mas como homem contruo e me meto em meu canteiro de sobrevivencia.

Ser mínimo tem suas duras consequencias, não sei se recomendaria...

juliana amaral disse...

ser complexo também, não sei se recomendaria...

Anônimo disse...

engraçado...fui chamado de homem complexo uma vez... mas creio que tenha sido por uma mulher mínima (rs).