segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

carnavalesca

O Rio de Janeiro, além de ser a cidade mais linda do mundo (como diz meu amigo Mauro, primeira sem segundo lugar), tem ainda uma capacidade meio mística de fazer tudo mais bonito: os velhinhos sentadinhos assisitindo o carnaval na Cinelândia, a menina quase sem roupa vendendo cerveja na Rio Branco, o garoto fantasiado a caminho da avenida, eu no meu vestidinho preto, as luzes nas esquinas da cidade velha, o gradil decô na entrada do edifício que olha pra praia, os azulejos no alpendre do consulado português, o canteiro triangular no aterro. Aqui, as bocas pedem o vermelho, os pés desejam os saltos altos, as pernas encurtam as saias, o corpo quer respirar mais, e os mesmos olhos que vão perseguindo as bundas pelas ruas são aqueles que encharcam meu peito de tanta beleza, botam purpurina nas minhas pálpebras, soltam meus quadriz na calçada, enchem de confete e serpentina o meio do dia, num domingo universal, ali, na praça XV, cantando sem vergonha nenhuma: não me leve a mal, hoje é carnaval.

Um comentário:

Anônimo disse...

mulher serpentina solta no universo confete.
7 6 5 4 3 2 1.
e tudo está amarrado torto de novo.