segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

carta ridícula VII

dias possíveis

Vai chegar o tempo das coisas possíveis

vai chegar de novo a noite de sono exausto

e vai haver a manhã nua e ensolarada

aquela que sempre sonhei e nunca tive.


E vão chegar de novo os dias de delicadeza

do frescor das paixões prováveis

da alegria feita de surpresa e espera

de corpo cúmplice e riso desarmado.


Hoje a noite é de um silêncio falador

que ocupa todos os cantos da casa feia.

Não há aqui lugar de descanso.

Só meus olhos tristes e turvados.


Mas vai haver ainda tempo de ser

de novo o tempo do afeto inconteste

costurado no amor generoso e intransitivo

velho conhecido meu, teimando em esperar.

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