e se eu te trazia pra nossa casa, e te mostrava nosso horizonte dos dois lados, os ex-votos, as minhas rosas?
e se eu te oferecia minhas mãos dedicadas, as barbas fartas e macias dele, e todo o resto?
e se eu não te abandonava pra reencontrar aquela barulheira desatenta e desinteressada?
e se não tivesse metido os pés pelas mãos? e se tivesse havido aquele novembro de revelação, abençoado pela brisa marítima e pelas janelas do bairro da tua infância?
tenho tanta raiva da minha histeria, da minha desmesura. e um ódio profundo daquele caipira saltitante. ódio feminino, monolítico, que eu destilo em totalidade absoluta, uma vez que o destino teve a delicadeza de me poupar o desgosto de saber-lhe as feições e as fuças.
esse gosto amargo e conhecido do arrependimento e da saudade do que não vivi.
olhos pequenos, lábios finos, sorriso inteiro.
queria ter te perguntado de quantos sabores é feito nosso paladar.
abraço.
cheiro.
meus olhos úmidos.
silêncio.
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