Hoje te entardeço chorosa das tristezas e receios que assombrarão sempre.
Hoje te anoiteço febril com surpresas bordadas na pele anunciando o quando encontrarmos juntos o mar pela primeira vez (e será a alegria das geraes descortinando o horizonte litoral).
Hoje te adormeço louco e doente entregando mais uma vez a flor vulcânica de todos os dias com a calma doce de todos os dias e com o desespero oceânico de todos os dias.
Hoje te amanheço convalescente pequeno, bonito enrolado nos panos vermelhos, beijo teus olhos celestes e sinto já a saudade ao virar da chave.
Hoje te reconheço nas rosas de vidro sobre a mesa e no basculante da janela em frente, e até mesmo naquela pra quem te devolvia quando era brevidade, e colo assustada o papelzinho amarelo com teu nome e teu número, simpatia.
Hoje estremeço de medo, e te compro dois presentes.
Não deu tempo de comer. Mas escuto já os almoços que finalmente serão familiares e tumultuados para que os nossos tenham na memória a mesma música da nossa infância.
Um comentário:
bailarina...
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