Então na tarde da quinta-feira, a chuva fria, o coletivo, avenida parada, internet ruim, vou tentado pescar a notícia e a história antes de ouvir a canção. Entendo, e o ar encurta. Na consolação, enquanto troco de ônibus e vejo os muitos carros descendo aguados, ouço o violão-anúncio desdobrado, o samba, a frase no grave consecutiva: pressinto; predestino. Que daí vem facada, certeza.
Choro na cidade. A cidade me transpassa.
Se a franqueza rude não está em meu repertório (e antes assim fosse...), saiba que a dor está, monolítica, vulcânica, abissal. E é disso que se alimenta o canto que, daqui a pouco, vou vomitar violenta e docemente no bar dessa contenda tão horrorosa em que estamos metidos.
Que tempos os nossos. Que tempos.
O que alivia (alivia?), é que, apesar das minhas tantas covardias, desesperos e inércias, ainda não endureci o coração nem sequei os olhos, e tenho quem ao meu lado na mesma condição. Valei-me, que isso há de ser alguma valentia. E dou graças.
Vamos juntos, Douglas, de mãos dadas. Obrigada por mais esse presente, que, de novo em igual medida, não vou ter como agradecer.
Um comentário:
Que tempos...
Vamos.
Soprasse as cinzas, brasa viva.
Beijo!
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