terça-feira, 6 de novembro de 2007

repastagem

Deus pai, São Jorge, Santa Teresinha das minhas rosas:
olhem por mim, lupanares sagrados de aleluias, no sombrio da noitinha de vento temeroso, na simesmice das escolhas sempre solitárias, no caminho enevoado que não mostra o passo depois do passo dado.
Guimarães de rosas e de passarada: esteja sempre aqui comigo pra dar a mão de palavras que desconheço, pra reinventar aquelas que amorosam meu dizer e meu desdizer em belezuras e desdiversos, pra sorrir e chorar com estas que são o meu eumesmim, pra desenhar nosso devir em mãos-patas-dadas, barcais tatuado na carne e na delicadeza, dor e alegria, todos infinitos tudos.
Frutos meus, olhos de imensidão de floresta e ensolarada dos dias: saibam de todos os jeitos de que fomos feitos por sentir, e mesmo daqueles que ainda aprenderemos, que minha vida, meus olhos, meu cantar, minhas mãos, meu sonhar e meu desfazer são seus, desde sempre e para o sempre, pois que o amor não tem fim nem começo.
E a mim mesma, em nome de todos os anteriores e posteriores: rogo estar inteira e forte misturada confundida no meu próprio sangue que de muitos é formado formoso, que preciso de mim, e que estes outros precisam ser inteiros para desprecisarem-me.
Amém.

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