quero sumir, desaparecer.
não quero as capas de plástico, os telefonemas de bibliotecárias estúpidas, não quero a prestação de contas as notas fiscais os recibos de empenho as ordens de execução de serviço as locações de natureza artística os decretos de fixação de preços públicos as cessões por preço mínimo ou cinco por cento da bilheteria o que for de maior valor os aditamentos contratuais as dispensas de licitação a lei 8666 o despacho administrativo a reunião do conselho administrativo o grupo de obras os projetos especiais a rádio peão o alto clero, não quero mais.
minha contribuição não é frutífera, não tenho competência para bom serviço à municipalidade, minhas palavras enfeitadas e meus diminutivos não são adequados às averiguações disciplinares nem aos esclarecimentos de dolo culpa ou prejuízo ao erário.
não quero.
mereço, como disse hoje anita, um lugar mais parecido com meus sonhos:
as manhãs em casa com minhas rosas, a mesa posta, meus amores amanhecendo em tumulto ensolarado
as tardes com flores de plástico nos oratórios do meu pai
as noites tão somente de belezas.
no risco. na travessia.
Um comentário:
exoneração
Postar um comentário