Na matemática dos nossos dias, meu senhor meu, sob nossa ordem os números conspiram, de modo que minha inteligência cheia de fé ganha a certeza dos vôos dos pássaros, e então os bons presságios preenchem de rosas vermelhas nossa casa, que já tem e terá as janelas mais ensolaradas, as coisas em seu melhor lugar, os horizontes de ambos os lados, a beleza em cada um dos cantos. E assim, em contagem regressiva e em doce convivência, vamos subtraindo as dores e as lembranças feias, somando as fortunas colecionadas, fracionando o labor, multiplicando as delicadezas, de modo que quando chegar o dia exponencial será como se sempre assim fosse, macio e simples, como um brinquedo antigo que funciona, como uma palavra mágica, um presente, um carinho.
Que sempre haverá noites de amor proibido, meu senhor meu, isso te prometo. Que com olhos cerrados e pensamentos alhures será sempre obediente o meu fazer, quando assim o quiseres, meu senhor meu, isso te juro. Que embrulhado em laços de fita e rendas púberes será sempre o meu segredo para ser devastado, meu senhor meu, isso a ti te oferto. Que prontos e generosos estão e estarão sempre os meus aléns, meu senhor meu, isso te faço saber.
As surpresas que minhas mãos e meus diminutivos sempre tecerão, meu senhor meu, isso a ti te dedico.
Pois que o que me define são teus olhos pousados nos meus. Pois que o que me nomeia são tuas palavras desordenando as minhas. Pois que em ti meus descaminhos ganham norte e história. Pois que minha alegria mora na tua contenteza.
Hoje, ontem, amanhã, desde sempre e para sempre.
Um comentário:
com declínio magnético, precisa, que assim seja.
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